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‘Não É Meu Rei’: Britânicos São Presos Durante Coroação Do Rei Charles III
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Vários manifestatntes sairam nas ruas de Londres para protestar contra a coroação: 'queremos escolher quem nos governa'
- Por Anderson Santos
- 06/05/2023 20h22 - Atualizado há 1 ano
A Polícia Metropolitana de Londres informou que efetuou 52 prisões durante a coroação do rei Carlos III neste sábado. A força policial enfrenta um crescente número de manifestantes que são contrários à monarquia.
Milhares de pessoas se reuniram no centro de Londres para celebrar um marco histórico. No entanto, também houve manifestantes presentes, vestidos com camisetas amarelas, que vaiaram e gritaram "Não é meu rei" durante toda a manhã.
O ‘Republic’, o maior grupo anti-monarquia da Grã-Bretanha, afirmou ao portal de notícias CNN que a polícia prendeu os organizadores do protesto anti-monarquia sem fornecer nenhum motivo.
Durante o protesto, por volta das 11h (Brasília), a polícia prendeu seis organizadores do Republic e os revistou, sem fornecer qualquer motivo, de acordo com o diretor do grupo, Harry Stratton.
Segundo Stratton, os organizadores questionaram a polícia sobre o motivo de estarem sendo detidos, mas foram informados de que a razão seria “descoberta” após a revista nos manifestantes antimonarquia.
Após a revista, os policiais prenderam os seis organizadores e apreenderam centenas de cartazes com o slogan "Não é meu rei".
“Eles não disseram por que os estavam prendendo. Eles não disseram a eles ou a nós para onde os estavam levando. É realmente como algo saído de um estado policial. Acho que as pessoas estão bastante perturbadas com a reação da polícia. Mas a reação do público a nós foi extremamente amigável”, disse o líder da manifestação.
O Que Dizem As Autoridades
A Polícia Metropolitana confirmou que várias prisões foram feitas no centro de Londres e defendeu suas ações:
“Um total de 52 prisões foram feitas hoje por crimes, incluindo tumulto, ofensas à ordem pública, violação da paz e conspiração para causar perturbação da ordem pública. Todas essas pessoas permanecem sob custódia”, disse a polícia em um comunicado à imprensa.
A comandante Karen Findlay, que está liderando a operação policial, disse no comunicado: “Entendemos absolutamente a preocupação do público após as prisões que fizemos esta manhã".
Karen ainda disse que "a coroação é um evento único em uma geração e essa é uma consideração importante em nossa avaliação".
A Republic afirmou que esperava entre 1.500 e 2.000 pessoas para se juntar ao grupo em seu protesto, ao sul da rota da procissão real.
“Em vez de uma coroação, queremos uma eleição. Em vez de Charles, queremos uma escolha. É simples assim”, twittou o grupo no sábado.
O Poder Da Polícia
A Polícia Metropolitana foi criticada por sua abordagem dura em relação aos protestos em torno da coroação.
“Nossa tolerância para qualquer interrupção, seja por meio de protesto ou não, será baixa”, escreveu a força no Twitter esta semana. “Vamos lidar com firmeza com qualquer pessoa que pretenda minar esta celebração.”
Mais de 11.500 policiais foram mobilizados em Londres neste sábado, tornando a coroação a maior mobilização de um dia em décadas.
Também há planos para que a tecnologia de reconhecimento facial seja usada no centro de Londres, o que gerou críticas de grupos de direitos humanos.
Manifestante sendo preso — Imagem: reprodução
“Todos nós temos o direito de viver nossas vidas sem ser observados e monitorados, mas todos na coroação correm o risco de ter seus rostos escaneados por tecnologia opressiva de reconhecimento facial”, disse Emmanuelle Andrews, do grupo de direitos humanos.
A operação ocorre em meio à crescente preocupação com o aumento do poder da polícia para reprimir conflitos na Grã-Bretanha.
No ano passado, uma lei ampliou significativamente a gama de circunstâncias nas quais a polícia pode impor condições a um protesto.
De acordo com a nova lei, é proibido “causar intencionalmente ou imprudentemente o incômodo público”.
O grupo de direitos humanos disse que esta lei “tornou muito mais difícil para as pessoas defenderem o que acreditam sem enfrentar o risco de criminalização”.